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domingo, 31 de julho de 2011

A grande mudança no comportamento das mulheres.



Onde tudo começou
E viva os anos 60! Sem o que aconteceu na década de 1960, certamente, não estaríamos aqui. Ou ainda estaríamos lendo o Jornal das Moças e nos deliciando com nosso papel de mãe-esposa-rainha-do-lar. Sem a revolução sexual, sem a pílula anticoncepcional, sem a abertura da universidade para mulheres.

Entretanto, as mudanças não ocorrem assim: pá-pum. Num dia era de um jeito, uma semana depois tudo está diferente. O início da década de 1960 mantinha padrões estabelecidos nas décadas passadas. A “boa mulher” era a boa esposa, a boa dona-de-casa. Havia a submissão ao casamento, a extrema preocupação com a “reputação” – o tabu da virgindade dividia as moças entre as “de família” e as “de fora”. A sensibilidade era a principal característica femininaCoube a uma mulher - que falava para um grande público feminino - ser a porta-voz de que um novo tempo estava chegando. "O surgimento da revista Cláudia, em 1961, pode ser considerado um ponto importante nesse início de mudança de comportamento", conta a sexóloga e psicanalista Regina Navarro Lins. Apesar de seguir um padrão editorial ainda conservador, a revista abriu espaço para a psicóloga e jornalista Carmen da Silva, que assinava uma revolucionária coluna A arte de ser mulher.“Durante os anos 60 e 70 houve a expansão do ensino universitário e com isso as mulheres puderam entrar para a universidade, passaram a pensar a vida profissional de uma forma diferente das mulheres das décadas passadas”
"Carmen questionava se a mulher não podia ter algum interesse que não fosse voltado para o lar. Por que não podia pensar um pouco nela mesma e não apenas em seu marido, em sua casa, nos filhos?", explica Regina. Carmen da Silva escreveu sua coluna durante 22 anos (de 1963 a 1984) e antecipou muitos dos assuntos que se tornariam a fonte do novo pensamento feminino. O uso da pílula anticoncepcional, a possibilidade do divórcio e a inclusão da mulher no mercado de trabalho foram alguns dos assuntos abordados por ela. Carmen defendia que a mulher era um ser total. Abriu as portas da casa para que a mulher percebesse que o mundo era vasto e que ela era um ser participante deste mundo.
Paralelamente, o mundo vivia uma revolução, que começou a se delinear após a 2ª Guerra Mundial, em 1945, nos Estados Unidos. Com a ameaça da bomba atômica e de uma possível guerra nuclear, os jovens começaram a questionar os valores da geração anterior. "Foi o primeiro choque de gerações que realmente desencadeou uma nova forma de pensamento e de relacionamento", explica Regina. Esta contestação, aliada a movimentos culturais e sociais como os beatniks (movimento literário que, em resumo, celebrava a não-conformidade e a espontaneidade criativa e que tinha entre seus expoentes Jack Kerouac, Allen Ginsberg e William S. Burroughs), a contracultura do movimento hippie e seus ideais de "Faça amor, não faça a guerra" apregoando o amor livre e a paz no mundo e, claro, o movimento feminista, foram marcos decisivos desta década tão fecunda de movimentos em favor da liberdade.

“Até os anos 60, a mulher que trabalhava fora - quando trabalhava - tinha profissões que eram quase uma extensão do seu papel na família: o de educadoras, o de cuidar do outro”
"O feminismo brigou por todo o tipo de liberdade e pela liberdade sexual também. Até então, a questão da virgindade era primordial para o desempenho do papel feminino. A quebra da idéia de virgindade como valor acabou nos anos 60", explica a antropóloga Mirian Goldenberg, professora do Departamento de Antropologia Cultural e do Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ. Para ela, o questionamento provocado por estes movimentos sociais foram essenciais na ruptura com os antigos modelos estabelecidos. "No Brasil isso chegou muito através do Tropicalismo, um movimento que também pregava a igualdade e a liberdade. Com o movimento hippie vieram a defesa do sexo livre, da experimentação em todos os sentidos. As pessoas se sentiam livres para pensar sobre liberdade, em seu mais amplo espectro", diz Mirian.

Livres para pensar sobre liberdade - este é um ponto essencial. Libertar-se de amarras sociais, começar a quebrar os muros que separavam as mulheres de suas escolhas. Um fator predominante neste período de mudança de comportamento foi o posicionamento da mulher no mercado de trabalho. Até os anos 60, a mulher que trabalhava fora - quando trabalhava - tinha profissões que eram quase uma extensão do seu papel na família: o de educadoras, o de cuidar do outro.

"Durante os anos 60 e 70 houve a expansão do ensino universitário e com isso as mulheres puderam entrar para a universidade, passaram a pensar a vida profissional de uma forma diferente das mulheres das décadas passadas. Antes, elas faziam o curso Normal para serem professoras, ou um curso técnico de enfermagem. A partir da universidade, as mulheres ampliaram seu campo de atuação no mercado de trabalho", atesta Mirian Goldenberg.


http://www.bolsademulher.com/especiais/anos-60-a-decada-da-virada-67892.html






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