Para quem tem 11, 12 anos, não acha nada de mais nestes tempos. Acontece que vivi a maior parte de minha vida no século passado. Não tinha telefone em casa e, como já contei aqui, em caso de precisão, se quisesse falar com alguém, tinha que pegar ônibus para ir na Telefônica (Companhia Telefônica Brasileira, os mais veteranos devem estar lembrados...) ou ir na farmácia , que era bem mais perto. Na CTB, íamos até um balcão, dávamos o número desejado e esperávamos aquela vozinha fanhosa dizer: “Marco... Cabine 3...”. Depois de falar – sempre brevemente – passávamos no caixa para pagar pelos minutos usados.Era o tempo do telefone preto, da televisão com seletor de canais e bombril na antena, do rádio de válvulas, da máquina de escrever, da vitrola, do disco de vinil, do gravador cassete, da câmera fotográfica com filme...
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Fiquei me perguntando o que uma criança de hoje em dia diria se visse um daqueles aparelhos do meu tempo.
http://antigasternuras.blogspot.com/2006/08/coisas-do-meu-tempo_06.html
Comentário: Em Catanduva,pelo menos uma vez por semana minha mãe me chamava para irmos á telefônica telefonar para a vovó que morava em S José do Rio Preto. Se não me engano a telefônica ficava na R Pará, Me recordo que enquanto meus pais telefonavam, quer dizer,gritavam ao telefone dentro da cabine (não sei se porquê a telefonia era ruim, ou se eles não estavam acostumados e achavam que a vovó não iria ouvir) ,Eu ficava saltitando nas escadas em frente ao prédio da CTB. kkkkkkk Porquê as crianças tem esta mania de ficar pulando nas escadas?
Eu ficava ansiosa pelo próximo passo desta rotina semanal, que era entrar no Gordini de meu pai e ir até a sorveteria Cedal!
Para se ter uma ideia do nosso atraso tecnológico, basta lembrar que, até meados da década de 90, ter uma linha telefônica em casa era um privilégio de poucos. Só era possível comprar uma linha por meio dos planos de expansão das empresas telefônicas, que eram raros. Quando esses planos eram disponibilizados, o interessado tinha que se dirigir a um escritório da empresa telefônica ou a um banco credenciado e fazer sua inscrição. Ele recebia um carnê e tinha que ir pagando mensalmente as prestações,mesmo sem ter a linha ainda em casa. Se tivesse sorte, em cerca de três anos – foi isto mesmo que você leu: TRÊS ANOS -, ele tinha sua linha telefônica instalada. Se não quisesse esperar tudo isso, o interessando poderia recorrer ao mercado paralelo de telefone e pagar o equivalente ao preço de um carro popular da época pela linha. Naquele tempo, havia gente que, valendo-se da ineficiência das companhias telefônicas estatais, especulavam com a telefonia. Quando havia planos de expansão, conseguiam adquirir várias linhas, que eram revendidas depois, a preços exorbitantes, para quem não poderia esperar a instalação de uma pelas vias normais, ou simplesmente alugavam as linhas. Sim, antigamente, no tempo da telefonia estatizada, as pessoas às vezes tinham que alugar uma linha telefônica. Não precisa nem dizer que telefonia celular naquela época nem existia. Os telefones fixos eram analógicos e, para ter uma extensão da linha em casa ou na empresa, havia necessidade de obter autorização da companhia telefônica. Extensões feitas por pessoas não autorizadas pela empresa telefônicas eram consideradas clandestinas e, por isso, proibidas. Que tal voltar àquele tempo?
http://emtemporeal.blogspot.com/2010/10/melhor-privatizar-do-que-dar-de.html
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