Propaganda antiga da Valisére
Meias e cinta liga
Anágua
Calcinha e soutien
Combinação
Meia com costura
Meias e cinta-liga
Saiotes, anos 50
soutien
Espartilhos
Cueca "samba canção"(ou Ceroula)
PORQUÊ A CUECA MASCULINA RECEBEU O NOME DE "SAMBA CANÇÃO"?
Porque na época em que esse apelido surgiu ela era considerada algo fora de moda - assim como o samba-canção, um estilo popular que teve o seu auge na década de 1940 e depois decaiu. Essa modalidade lenta e romântica de samba, acompanhada por violão, viola e pandeiro, ganhara o Rio de Janeiro nos anos 20. Mas no final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, o samba-canção perdeu força e começou a ser visto como um ritmo ultrapassado. Na mesma época, a moda masculina passava por uma revolução: aos poucos, o jeans substituiu as tradicionais calças de tecido.
Quem perdeu com isso foram as antigas cuecas longas, feitas com tecido que vinham quase até o joelho. "Usar esse tipo de roupa íntima com jeans era um verdadeiro tormento, porque a cueca enrolava coxa acima", diz o etimologista e escritor Deonísio da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar). Para resolver o problema, foi criada a sunga, que se adaptava melhor ao novo modo de se vestir. "Como a palavra cueca passou a designar essa nova peça, surgiu a necessidade de se criar um apelido que identificasse a antiga roupa íntima. Ela foi rebatizada de samba-canção como símbolo de um tempo que passou", afirma outro etimologista, Cláudio Moreno, colunista de Mundo Estranho. Hoje, as sambas-canções voltaram para o guarda-roupa dos homens. Agora, porém, elas têm formato mais confortável e são confeccionadas em seda ou tecido mole, para se ajustar a qualquer roupa.
A História das Roupas de Baixo Femininas
Por CLAUDIA GARCIA
Várias peças e acessórios usados pelas mulheres compõem o que chamamos de lingerie, as conhecidas roupas de baixo. Formada por calcinhas, sutiãs, cintas-ligas, espartilhos e algumas outras peças, a lingerie desperta todo tipo de fantasias. Segundo Freud, a relação do erotismo com as roupas íntimas nada mais é do que o fetiche, ou feitiço. Isso acontece quando a satisfação pessoal se dá através de objetos ou ornamentos.
O cinema e as revistas também ajudaram a criar um clima de sedução e fantasia, despindo as musas de suas roupas e deixando-as apenas com suas roupas de baixo, cada vez mais bonitas e elaboradas.
A lingerie passou por uma série de transformações ao longo do tempo, acompanhando as mudanças culturais e as exigências de uma nova mulher que foi surgindo, principalmente durante o século 20. A evolução tecnológica possibilitou o surgimento de novos materiais, que tornou a lingerie mais confortável e durável, duas exigências da vida moderna.
Desde o tempo das vestes longas, usadas até pouco depois da Idade Média, passando pela ostentação dos séculos 17 e 18, quando era usado um verdadeiro arsenal de acessórios por baixo das grandes saias femininas, até o início do século 20, a mulher sofreu horrores em nome da beleza e da satisfação masculina.
Os espartilhos, usados por mais de quatro séculos, causava sérios problemas à saúde, além do desconforto e da obrigação de ostentar uma "cinturinha de vespa". Os seios, foco da atenção por muito tempo, eram forçados para cima através dos cordões apertadíssimos dos espartilhos. Também as calcinhas, como são atualmente, passaram por drásticas mudanças. No século 19, eram usadas ceroulas, que iam até abaixo dos joelhos. O surgimento da lycra e do nylon permitiu uma série de inovações em sua confecção, que possibilitou até a criação de um modelo curioso nos anos 90: uma calcinha com bumbum falso, que contém um enchimento de espuma de nylon de vários tamanhos e modelagens.
Um acessório sensual muito usado na década de 20 foi a cinta-liga, criada para segurar as meias 7/8. Dançarinas do Charleston exibiam suas cintas-ligas por baixo das saias de franjas, enquanto se sacudiam ao som frenético das jazz-bands. Ainda nos anos 30, a cinta-liga era o único acessório disponível para prender as meias das mulheres, que só tiveram as meias-calças à sua disposição a partir da década de 40, com a invenção do náilon em 1935.
Espartilhos, meias de seda 7/8, ligas avulsas presas às cintas, continuaram sendo usados por muitas mulheres, mas não mais por uma imposição ou falta de opções, mas por uma questão de estilo ou fetiche, já que esses acessórios se tornaram símbolos de erotismo e sensualidade na sociedade ocidental.
A lingerie atravessou o século 20 sempre acompanhando a moda e as mudanças de comportamento. Quando a moda eram roupas justas e cinturas marcadas, lá estava o sutiã com armações de metal, cintas e corpetes para moldar o corpo feminino. Na década de 60, com a revolução sexual, o sutiã chegou até a ser queimado em praça pública, num ato pela liberdade feminina. Uma geração de mulheres afirmava, em 1980, não usar nada por baixo das camisetas ou de seus jeans, mas os tempos mudaram e a moda trouxe tantas novidades em cores, materiais e estilos, indo do esportivo todo em algodão, ao mais sofisticado modelo em rendas e fitas, que as mulheres chegaram a gastar mais em roupas de baixo do que em qualquer outro item de guarda-roupa ainda durante os anos 80.
http://almanaque.folha.uol.com.br/lingerie.htm
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