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sábado, 30 de outubro de 2010

Padre Albino, Homenagem

Tiro meu chapéu á esta pessoa tão importante para a história de Catanduva!


Monsenhor Albino Alves da Cunha e Silva
(21-09-1882) - (19-09-1973)

Nasceu no dia 21 de Setembro de 1882, na casa de Vila Pouca, freguesia de Codessoso, concelho de Celorico de Basto. Era filho do senhor Avelino Alves da Cunha e Silva e D. Ana Joaquina da Mota e Andrade.
Estudou em Amarante e Guimarães, chegada a hora de escolher uma profissão optou pelo sacerdócio, contrariando a vontade do pai, que queria vê-lo formado em Direito, mas indo de encontro ao sonho da mãe, pelo que prosseguiu os seus estudos no Seminário de Braga, tendo sido ordenado sacerdote em Setembro de 1905. A sua primeira paróquia foi a de freguesia de Codessoso.

Com a Lei da Separação da Igreja e do Estado, após a revolução de 1910, verifica-se o encerramento de conventos e estabelecimentos religiosos. O Padre Albino, fiel aos princípios dos Santos Evangelhos e dos postulados da Santa Igreja, não se dobrou diante da prepotência dos homens, enfrentando tudo e todos. Condenado à prisão e degredo em África, foi obrigado a fugir para que a Igreja não perdesse um bom combatente.
No ano de 1912, com 30 anos de idade e 7 de sacerdócio, inicia uma longa viagem de fuga que passou pelo percurso a pé de Celorico a Braga, indo desta cidade de trem até Monção onde através do rio Minho conseguiu passar para a cidade espanhola de Tui, tendo no porto de Vigo embarcado no vapor “Zelândia” rumo ao Brasil.
Em terras brasileiras foi nomeado coadjutor na paróquia de Jaboticabal e de Jaú. Mais tarde, nomeado vigário da paróquia de Barra Bonita onde permaneceu 4 anos.
E é em 28 de Abril de 1918, que Padre Albino Silva assumia a direcção da paróquia de Catanduva, nomeado por D. José Marcondes Homem de Melo, Bispo de S. Carlos.
Neste município a sua obra foi vasta e de grande interesse social e humanitário:
construção da Igreja Matriz decorada pelo pintor brasileiro Prof. Benedito Calixto; a Santa Casa da Misericórdia, hoje hospital Padre Albino, um magnifico estabelecimento hospitalar do Estado de S. Paulo; o Asilo de Velhos, para 100 pessoas; a Vila de S. Vicente, aglomerado residencial; o Albergue Nocturno; o Colégio das Irmãs ou Colégio de Nª Senhora do Calvário; os Lares “Ortega” e “Anita Costa”; o Orfanato “Ortega Josué”; o prédio da Acção Católica; a Casa da Criancinha “Sinharinha Netto”; construção de um grande prédio, destinado à residência do Bispo de Catanduva; um Sanatório de Homens Tuberculosos, para 700 doentes; 13 igrejas e várias capelas construídas nos arredores de Catanduva; o Santuário e Paróquia de Nª Senhora Aparecida; o Ginásio “D. Lafaiete”; o Seminário “Cesar de Bus”; as Faculdades de Medicina, de Administração de Empresas e de Educação Física.
Aquando dos 25 anos, à frente dos destinos da paróquia desta cidade brasileira, a comunidade local, sob os auspícios do Bispo da Diocese, promoveu uma semana de homenagem do Jubileu de Monsenhor Albino Silva, tendo o jornal “Folha do Povo” de 28 de Abril de 1943 mencionado: «Católicos ou não, todos se sentem orgulhosos de manifestar ao inigualável Vigário, por este grato acontecimento, toda a sua simpatia e gratidão» e prosseguia «a sua generosidade foi tão grande que foi denominada de delícia do género humano». «Agora, em vez de uma estátua que uma comissão se propunha elevar na Praça da Igreja Matriz, em sua honra, preferiu destinar as importância doadas para a construção do Hospital de Isolamento e Maternidade, cuja primeira pedra foi lançada em 2 de Maio de 1943.»
O título de Monsenhor foi concedido pela Santa Sé, a pedido de D. Lafayette Libanio.
Faleceu em 19 de Setembro de 1973 dois dias antes de completar 91 anos, por insuficiência respiratória.
Como referia a Revista Ilustrada “O Século” de 9 de Julho de 1948, «a vida do Padre Albino é já um mundo. Não se pode mais descrevê-la num simples relance».


 

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3 comentários:

Váléria disse...

morava no Higienópolis e frequentava as missas do "Santuário"...
mas minha mãe dizia q era bom assistir as missas do P Albino, então, as vezes , íamos na Matriz...me lembro bem desta "santa" figura!

Márcia Beatriz disse...

Eu levei uma grande bronca do Padre Albino. Eu devia ter uns 8 anos de idade e tinha aprendido que devíamos confessar, mesmo que não tivéssemos pecado. Era a segunda vez que me confessava. O Padre Albino pediu que eu falasse sobre meus pecados e eu disse que não tinha. Ele brigou muito comigo e perguntou o que eu tinha ido fazer lá. Sai muito assustada e demorei muito pra me confessar novamente.

Marco A. Oliveira disse...

Padre Albino era um sacerdote extremamente dedicado, como todos sabemos. Criança, eu ainda o encontrei na ativa, cumprindo as funções de sacerdote, rezando a missa, ministrando os sacramentos. Preferia confessar com ele, em vez do Padre Cesar, um italiano grandão, também da Igreja Matriz. Sabem por quê? Porque Padre Albino era meio surdo, além do que falava um português difícil de entender, com a boca fechada e um fio de voz. E eu, envergonhado dos meus pecados (que não eram, penso hoje, tão graves assim), achava que a confissão estaria, dessa forma, tecnicamente cumprida, sem que nenhum dos dois entendesse o outro!