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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Saudosas Serenatas








Muita coisa evoluiu nas últimas décadas, mas quantas mulheres não voltariam no tempo apenas para ser alvo de uma simples serenata? Românticas, inesperadas, aguardadas…

As moças de mais de 60 anos podem trazer na lembrança alguma dessas declarações de amor, que eram geralmente seguidas de um convite para entrar na casa e tomar um chá…. na presença das mães, é claro.

No Brasil, as canções executadas durante as serenatas ganharam uma denominação especial: as serestas. Cantar para a amada, enquanto ela suspirava no balcão, não foi exclusividade nacional. A serenata já apareceria descrita, em 1505, pelo autor português Gil Vicente na farsa Quem tem farelos?

A denominação seresta foi utilizada a partir do século XX, a partir de composições grandemente influenciadas pela valsa, com letras sentimentais e um canto em forma de lamento. Esse estilo brasileiro influencia muito da produção brasileira até hoje, e pode-se dizer que marcou a alma nacional, a ponto de termos um dia dedicado à sua comemoração: 12 de setembro.

Citar grandes serestas nos obrigaria a escrever algumas páginas; realmente, é um gênero pródigo em pequenas pérolas. Mas podemos citar: Carinhoso (Pixinguinha), A Noite do Meu Bem (Dolores Duran) e Chão de Estrelas (Sílvio Caldas), grandes clássicos gravados por diversos intérpretes brasileiros.

http://www.presenteparahomem.com.br/antigamente-era-comum-realizar-serenatas-para-as

Saudade das serenatas

Sabe, teve um tempo inesquecível, onde as ações eram interpretadas com amor.
As músicas falavam de amor, as dedicações eram focadas no amor.
A moça na janela, ouvindo canções de amor, ditas por alguém, tendo o céu como testemunha, de forma musicada.
Músicas de sucesso, ao contrário de muitas de hoje, eram simples, diretas e sem constrangimento, tendo o amor como pano de fundo.
Naquele tempo observávamos as flores e elas (as flores), eram entregues como o presente mais autêntico.
As janelas, por acaso, eram ornamentadas com flores.
E o cantor dizia: olha a rosa na janela...
A menina moça se preparava para as canções que certamente viriam (e vinham), interpretadas pelo moço romântico que as interpretava com maestria.
Os amigos que acompanham o apaixonado, tinham o maior respeito por aquele momento.
Bom tempos, bons tempos aqueles.
Claro que alguns pais não entendiam, mas fala que eles também não sentem saudade.
Alguns dos românticos casaram-se com suas musas e por certo são felizes até hoje.
Alguns casais não deram certo. Mas que são motivo de saudade aquelas serestas, isso não resta dúvida.
Aí é que entram os românticos maiores, como Altemar Dutra, Nelson Gonçalves, Cauby e tantos outros.
Um tempo depois veio o Tito Madi, João Gilberto, aí entrando o Vinicius, o Tom, e muitos outros.
O romantismo deixou de ser um sentimento para ser uma bandeira.
As músicas não eram feitas de forma direcionada e elas passaram a ser a melhor forma de expressão de um sentimento puro e único.
Cantávamos para as moças na janela, nas festinhas, nas rádios e até na televisão.
As músicas de sucesso se multiplicavam, como se multiplicavam os músicos que ousavam interpretá-las.
E hoje, passado um bom tempo, claro que fica a saudade. Claro que fica o instinto de comparar e até se chatear por não ter as mesmas, com o mesmo romantismos.
Mas ainda resta alguma coisa no ar. Às vezes nos pegamos com algumas daqueles tempos sendo re-gravadas e, tudo bem com outra roupagem, outra forma de interpretar.
Bons tempos aqueles. Quanta saudade.
E bárbaro termos um dueto como esse de pano de fundo para dar uma revisada no baú.
Melhor ainda podermos ter como comparar. Certamente os jovens de hoje sentirão um pouco de desejo de terem vivido naquela época.
Que foi ótima.

Texto e apresentação por Renato Cardoso.
www.vivendobauru.com.br

Relembrando algumas músicas mais usuais para serenatas...














3 comentários:

Valeria disse...

Mariângela, muito bom!
Lembro que meu pai acordava e "espumava!"...rsrsrs
minha mãe nunca deixou q fizesse nada...
"os meninos" tocavam, cantavam, deixavam flores...e eu, podia abrir só um "tiquinho" da janela;
mas era bom demais acordar com aquela música, muitas vezes desafinada, mas linda!...O coração batia acelerado...como é gostoso relembrar coisas boas!
Pena não saber aonde andam "aqueles" seresteiros!
Saudade, muita saudade!

Márcia Rodondo disse...

Só recebi uma serenata, mas foi inesquecível.

Mariangela Candido disse...

Que apareçam aqui os seresteiros para contar suas histórias e os baldes d'água que levaram de pais enfurecidos! kkkkkkk