HOSPITAL REGIONAL DE TUBERCULOSOS DE CATANDUVA (1)
Para implantar o Hospital de Tuberculosos em Catanduva (atual Emílio Carlos), o Prefeito Municipal Sr. Antonio Stocco, teve grandes dificuldades, mas lutou e venceu.
Para implantar o Hospital de Tuberculosos em Catanduva (atual Emílio Carlos), o Prefeito Municipal Sr. Antonio Stocco, teve grandes dificuldades, mas lutou e venceu. Em entrevista que fez ao Jornal “A Cidade” em 10 de maio de 1951, ele disse que em princípio teve que enfrentar a posição de pessoas de Catanduva que condenavam essa construção, alegando que a cidade passaria a ser um ponto de convergência de doentes, com prejuízos para a população. Ele disse que essa barreira só foi vencida quando mostrou que maiores perigos oferecia o Dispensário de Tuberculosos local que atendia doentes de 20 municípios da região, doentes esses que viajavam em veículos públicos, hospedavam-se em pensões e hotéis, freqüentavam bares e cafés, etc. Ao contrário, o Hospital acolheria e isolaria esses doentes, tratando-os com medicamentos específicos, mantendo-os longe do convívio social e familiar, visando com isso diminuir a disseminação da doença e depois de tratados, retornariam aos seus lares. A aquisição do terreno criou outro embaraço. O local foi escolhido por médicos e engenheiros da Divisão de Tuberculose do Estado, entre os quais figurou o Dr. Benedito Corrêa, devotado tisiólogo, que é quase filho de Catanduva e que muito se empenhou pela sua construção. A escolha ocorreu após terem sido oferecidos vários terrenos indicados pela Prefeitura e que não passaram pelas exigências dos técnicos. Foi então que a boa vontade do Sr. Moacyr Lichti possibilitou a decisão do Governo do Estado em instalar o nosocômio na cidade. Teríamos perdido a parada, disse Stocco, não fosse a concordância que teve Moacir Lichti que permitiu a desapropriação amigável do terreno, tendo mesmo os serviços iniciados muito tempo antes de subir à Câmara o projeto de Lei autorizando a aquisição da área. Sobre a pressa que houve em aparelhar o terreno para abrigar a construção, ele disse que não podia perder tempo, porque estavam surgindo novas dificuldades. Nas repetidas viagens à Capital, ficou sabendo que uma cidade vizinha estava trabalhando para nos arrebatar o Hospital. De fato, quando já estava decidido, com tudo preparado para o início dos serviços, eis que, visitando a Diretoria de Obras da Secretaria de Viação, foi lhe, em confidência, mostrado um cartão, com a seguinte determinação, assinada pelo Sr. Caio Dias Batista, Secretario daquela pasta. “Suspenda a concorrência pública do Hospital de Tuberculosos de Catanduva e faça-o em São José do Rio Preto” Ele ficou espantado com tal determinação e voltou a Catanduva, onde arregimentou forças e montou um plano de ação. Dirigiu-se a Associação Comercial, Rotary Clube, imprensa e outras Entidades, solicitando-lhes que enviassem despachos telegráficos ao Governador Dr. Adhemar de Barros, agradecendo a localização do Hospital em Catanduva. A esses telegramas juntou os da Prefeitura e da Câmara e voltou a São Paulo, confiante nos efeitos daqueles despachos, pois eles cimentavam nossa reivindicação. Nesse ínterim, porém, o Sr. Caio deixava a Secretaria da Viação, assumindo o Sr. Lucas Nogueira Garcez. Dirigindo-se ao Palácio dos Campos Elíseos, sede do governo, falou com o Dr. Adhemar de Barros e com o Sr. Lucas Nogueira Garcez, conseguindo a sua efetivação em Catanduva. Aí está a história do importante melhoramento, um presente do governador Adhemar de Barros, que nutria simpatia por Catanduva. E fechando sua entrevista, falava o prefeito Antonio Stocco, da construção que estava em sua fase inicial: “O futuro dirá melhor da importância dessa Obra”. Pesquisa no Jornal “A Cidade” – Arquivo do Museu Padre Albino
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