O Brasil no final do século XIX recebeu emigrantes espanhóis que aqui vinham à procura de trabalho e de uma nova vida. Em 1892, com a divisão da Fazenda Bebedouro do Turvo, eles chegaram a nossa região e se estabeleceram no Córrego Grande, onde iniciaram o plantio de café. O Centro Espanhol, fundado em 11.04.1926, é fruto do progresso e da riqueza que o café produziu naquela época e foi edificado para manter viva a ligação com a cultura e as tradições da Madre Espanha. Foram seus fundadores os seguintes espanhóis: Dr. Antônio Ângulo Dias, José Garcia Martinez, Gabriel Clemente, Manoel Martins Filho, José Santaella, José Rodrigues Pinar, Luis Garcia, Francisco Roman, Manoel Pinilla, Rosendo Martins Baldarena, Lourenço Serrano, Jerônimo Vilar, José Tebraz, Manoel Fernandes, André Moreno e Juan Martins Manzano.
A inauguração de sua sede social na Praça da Independência, nº 139, ocorreu no dia 12 de outubro de 1931, data do descobrimento da América. Nesse dia, perante seleta platéia, o Dr. Ângulo Dias, presidente da sociedade, depois de declarar inaugurada a sede, passou a palavra para o Sr. Marcelino Serrano. Este, que era orador oficial da Entidade, falou por cerca de 30 minutos em castelhano, enaltecendo a força dos imigrantes espanhóis e a acolhida que tiveram no Brasil. A seguir o Sr. Carlos Machado, redator do jornal “A Cidade”, elogiou as palavras do Sr. Serrano acerca do Brasil, congratulando-se com a laboriosa colônia espanhola. Falou também historiando a data o Sr. José Santaela e por último o Sr. Ângulo Dias. Em seguida o conjunto Jazz Tupinambá abrilhantou animado baile.
O Centro Espanhol oferecia ao seu associado plano de saúde e farmácia, tendo como médico oficial o Dr. Ribeiro Pereira. Também em suas instalações funcionava uma Escola noturna de alfabetização com aulas ministradas pela professora Odete Batista Pinto e existia uma biblioteca supervisionada pelo Dr. Manuel Fernandez.
Como fato marcante, em 13.06.1933, essa Entidade recepcionou festivamente o Dr. José Maria Sempère e Olivares, Cônsul Geral da Espanha em São Paulo, que era portador de longa folha de serviços prestados à sua Pátria. Ele serviu como diplomata em várias capitais mundiais e em Odessa, na Rússia, conheceu o Czar Nicolau II e seus familiares, antes da tragédia que os acometeu e estava em S. Petersburgo quando foi assassinado o célebre monge Rasputín. Veio a Catanduva estreitar os laços com a Colônia, conhecer esse magnífico edifício e visitou vários locais da cidade e propriedades agrícolas do Córrego Grande, onde vivia a maioria dos espanhóis.
A esses descendentes da terra de Cervantes, que sonharam com a América e escolheram Catanduva para viver, os nossos sinceros agradecimentos.
Pesquisa no jornal “A Cidade” – Arquivo Museu Padre Albino
De Nelson Bassanetti, "Linhas da nossa história" Portal notícias da manhã.
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