Cinderela é um dos contos de fadas mais populares da humanidade.
Sua origem tem diferentes versões. A versão mais conhecida é a do escritor francês Charles Perrault, de 1697, baseada num conto italiano popular chamado A Gata Borralheira. A mais antiga é originária da China, por volta de 860 a.C. e a mais conhecida é a dos Irmãos Grimm, semelhante à de Charles Perrault. Nesta, porém, não há a figura da fada-madrinha e, no final, as irmãs malvadas ficam cegas ao terem seus olhos furados por pombos.
Sociólogos, historiadores e literatos vêem na história de Cinderela muito mais do que uma simples trama romântica. Por ter origem atemporal e ter surgido em várias civilizações diferentes, a trajetória da protagonista traduziria uma espécie de arquétipo fundamental, traduzindo o anseio natural da psiquê humana em ser reconhecida especial e levada a uma existência superior. A literatura e o cinema, cientes disso, utilizaram-se de seu arco dramático para o desenvolvimento de inúmeras outras obras de apelo popular. Além das animações de Walt Disney - que sempre buscaram inspiração nos contos de fadas - merece destaque o filme Uma linda mulher, protagonizado por Julia Roberts, e que foi sucesso de bilheteria nos anos 1990.
Em tempos de celebração do casamento do príncipe William e da ex-plebeia Kate Middleton, muitas mulheres suspiram com o romance de conto de fadas. O problema é que algumas realmente sonham com o príncipe encantado, não um monarca, mas o homem perfeito, que as resgate de seus problemas. “Elas sofrem de Complexo de Cinderela. Sonham ser felizes para sempre, sem problemas e frustrações”, descreve a psicóloga Sheila França. A solução para separar a fantasia da realidade é romper com os altos níveis de expectativa. “A mulher deve investir mais em si mesma, ter autonomia. Ao descobrir que pode se cuidar sozinha, ela dispensa um salvador e está pronta para amar com menos idealização”, diz.
O Complexo de Cinderela é uma patología neuro-psicológica que afeta certos segmentos da população do sexo feminino. O fato é que nem a própria Cinderela sofria disso, pois na época dela, ou a mulher tinha um bom casamento como futuro, ou não havia mais nada, pois mulher não podia trabalhar nem fazer faculdade. Agora, quem tem essas possibilidades e as recusa, sofre deste complexo.
http://desciclopedia.org/wiki/Complexo_de_Cinderela
Moral da história:
Cinderela
Versão consagrada - A madrasta e as meias-irmãs de Cinderela lhe delegam o trabalho doméstico, na esperança de que o batente a embarangue. Mas chega o baile real. Repaginada por fadas, Cinderela brilha e conquista o príncipe, que guarda da noite um sapatinho de cristal, abandonado pela bela enquanto fugia em desabalada corrida. O príncipe sai calçando todas em busca da dona do sapato, até dar com o pé de Cinderela e ambos viverem felizes para sempre.
Outra história - Há versões em que as irmãs invejosas são cegadas por aves amigas de Cinderela.
Interpretação - Na superfície temos a fantasia dos adolescentes de que a sua vida não pode ser a real: existe um destino melhor, que lhe pertence e que lhe foi roubado, simbolizado na história pelo príncipe. “Essa história permite uma empatia imediata de qualquer filho, já que cada um se sentirá demasiado injustiçado e exigido, assim como pouco amado. Acreditamos que daí provém seu sucesso”, escrevem Diana e Mário Corso. “Onde houver irmãos, haverá desigualdade de fato ou a suposição de que ela existe.” Como costuma acontecer, a figura materna é multifacetada: é a mãe bondosa que foi, a madrasta exigente e a fada que inspira sonhos. Quanto àquele sapatinho, sim, ele pode ser interpretado como um traço de fetichismo, uma dica precoce de que alguns elementos podem valer muito no jogo da sedução.
Para maiores - “A história de Cinderela é constantemente reciclada, em séries como Sex and the City e boa parte das comédias românticas”, diz Maria Tatar, folclorista da Universidade Harvard e autora de Contos de Fadas: Edição Comentada e Ilustrada. A personagem também une fantasias masculinas geralmente conflitantes: a princesa para casar e a serviçal para... bem, servir. “Cinderela persiste na fantasia feminina. Independentemente da mulher forte e capaz que ela se mostre no mundo, Cinderela será a que, na intimidade, se disponha a brincar de esconde-esconde”, afirmam os autores de Fadas no Divã.
http://super.abril.com.br/cultura/verdadeira-moral-historia-447924.shtml
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