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quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Revista Claudia e sua importancia na revolução feminina


Procurando pela internet uma imagem que identificasse a mulher antes da revolução feminina me deparo com a D Florinda, personagem do Chavez, que para mim, representa aquela antiga dona de casa na cidade de Catanduva, nos meus tempos de criança. Esta dona de casa com olhos voltados exclusivamente para o lar,  ficava assim,  de bobies e chinelos o dia inteiro e saia ás ruas desta maneira,  para fazer compra no empório, no açougue, pegar o leite na carroça que passava na rua, ou conversar com a vizinha na calçada. Este é o universo que vivi, o referencial que tenho da antiga rainha do lar...

Por se tratar de uma criança e depois por ser mulher, que como tal, segundo os valores da 
época, não deveria preocupar-se com os problemas do mundo e sim com o proposto 
tradicionalmente: essas deveriam ser boas mães e esposas, pedaços de seres humanos 
fragmentados em pequenas especialidades como cozinhar, bordar e costurar, dedicando-se ao bem estar da família devendo ser observadas, avaliadas e vigiadas de acordo com 
os padrões do período, abdicando de qualquer profissionalização, o estudo de nada 
serviria a essas mulheres já que a função de sustento da casa estava destinada aos pais e 
maridos. 

Novo olhar sobre o universo feminino. A partir da pílula anticoncepcional, tabus foram quebrados e o valor do conceito de 'liberdade' foi definitivamente instituído. A mulher passou a ter escolha. Um primeiro passo para a igualdade entre os sexos e a busca do equilíbrio pessoal. Confira.

Onde tudo começou

E viva os anos 60! Sem o que aconteceu na década de 1960, certamente, não estaríamos aqui. Ou ainda estaríamos lendo o Jornal das Moças e nos deliciando com nosso papel de mãe-esposa-rainha-do-lar. Sem a revolução sexual, sem a pílula anticoncepcional, sem a abertura da universidade para mulheres.

Entretanto, as mudanças não ocorrem assim: pá-pum. Num dia era de um jeito, uma semana depois tudo está diferente. O início da década de 1960 mantinha padrões estabelecidos nas décadas passadas. A “boa mulher” era a boa esposa, a boa dona-de-casa. Havia a submissão ao casamento, a extrema preocupação com a “reputação” – o tabu da virgindade dividia as moças entre as “de família” e as “de fora”. A sensibilidade era a principal característica feminina. 


Primeira edição da Revista Claudia em outubro de 1961



Coube a uma mulher - que falava para um grande público feminino - ser a porta-voz de que um novo tempo estava chegando. "O surgimento da revista Cláudia, em 1961, pode ser considerado um ponto importante nesse início de mudança de comportamento", conta a sexóloga e psicanalista Regina Navarro Lins. Apesar de seguir um padrão editorial ainda conservador, a revista abriu espaço para a psicóloga e jornalista Carmen da Silva, que assinava uma revolucionária coluna A arte de ser mulher.

Jornalista Carmen da Silva



UFOs incandescentes no marasmo em que dormitava a mulher brasileira: assim Carmen da Silva definiu sua coluna A Arte de Ser Mulher na revista Claudia, entre 1963 e 1985. A partir de correspondências e fatos do cotidiano, desmistificou a imagem da “rainha do lar”, chamou as leitoras a sair da “redoma doméstica” e se afirmar. Vieram avalanches de cartas:
“Desesperados apelos, xingamentos, pedidos de clemência: ‘deixem-nos em paz’, ‘preferimos não saber!’ Consciência dói.”
E foram oito anos até Carmen escrever a palavra comparada a bicho-papão: feminismo. “E só escrevi, preto no branco, quando já não escandalizava ninguém - exceto as pessoas, e não são poucas, que continuam escandalizadas até hoje. Mas essas não têm jeito mesmo, azar o delas.”
Entre ela e as leitoras, “o vínculo se estreitava num calor de briguinhas, desafios e reconciliações” que ajudavam a desnudar “medos e ambivalências”. Carmen atuou em manifestações, eventos e palestras em defesa dos direitos da mulher. Publicou livros, como A Arte de Ser Mulher (1966), O Homem e a Mulher no Mundo Moderno (1969) e a autobiografia Histórias Híbridas de uma Senhora de Respeito (1984). Ajudou a mudar o pensamento e repensar os costumes de milhares de brasileiras. Permaneceu atuante até a morte, em 29 de abril de 1985.

http://www.bolsademulher.com/especiais/anos-60-a-decada-da-virada-67892.html
http://mnegocio.blog.uol.com.br/arch2010-04-04_2010-04-10.html





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