COLÔNIA JAPONESA EM CATANDUVA
No dia 18 de Junho de 1908 chegou ao Brasil, no Porto de Santos, após viagem de 52 dias, o navio japonês Kasato Maru, trazendo as primeiras 165 famílias isseis (japoneses nascidos lá) que vislumbraram o sonho de uma vida melhor. A razão da imigração foi porque o Japão vivia naquela época uma crise demográfica e com o fim do feudalismo abriu-se espaço para a mecanização agrícola, sobrando mão de obra na zona rural. No Brasil, estava faltando gente nas fazendas de café. Como em 1902 o governo da Itália proibiu a imigração subsidiada de italianos para cá, o governo brasileiro aceitou de bom grado esses imigrantes que inicialmente vieram para o Oeste Paulista.
Aqui em Catanduva, o Professor Geraldo Corrêa dizia que em 1915 colonos japoneses plantavam arroz na região do Parque das Américas, várzea do Rio São Domingos e o Banco de Catanduva que existiu até 1923, na Praça da República, local do Banco Itaú, informava que fazia câmbio com base em Yokohama.A maioria dos japoneses era da religião budista ou xintoísta e coube a Padre Albino catequizá-los. O jornal “A Cidade”, de 15 de novembro de 1931, informava os japoneses que haviam doado numerário que somavam 355$000 para a Santa Casa, que se presume fossem os batizados. É uma relíquia e lá vão os seus nomes: Miyani Kaneharu, Nishima Hicoiti, Massuda Kaoru, Enouy Kankiti, Yadata Kegiro, Okae Toyokiti, Yukawa Tiogiro, Yoshigai Aikichi, Yschikawa Tyozo, Ando Yasta, Kakiuti Naokichi, Kayamori Yanogi, Nakai Kiechi, Nogima Hiyotaro, Tokace Takegiro, Tagashira Gineiro, Murakami Kaguma, Aoki Masugi e Shikicima Torasaku.Também achamos várias fotos na Revista “O Século”, de 13 de maio de 1950, mostrando o time de beisebol da Colônia Japonesa e homenagens que foram prestadas ao Prefeito Municipal Sr. Antônio Stocco. A sede da Associação Esportiva e Cultural Nipo-Brasileira, na rua Belo Horizonte, nº 5, foi inaugurada em 5 de janeiro de 1958 e a colônia se integrou à nossa comunidade participando de atos cívicos, desfiles e em alguns festejos de momo realizou bailes carnavalescos.
Hoje no Brasil, vivem 1,5 milhão de nikkeis, termo atualmente usado para denominar os japoneses e seus descentes, constituindo a maior comunidade nipônica fora do Japão.No final da década de 80 começou um fenômeno inverso, a ida de nikkeis para trabalhar no Japão, os dekasseguis, nome dado aos brasileiros de origem japonesa e seus cônjuges. Atualmente lá estão mais de 300.000 pessoas, a terceira maior comunidade brasileira no exterior atrás dos coreanos e chineses, trabalhando como operadores de máquinas e que remetem cerca de 2 bilhões de dólares anuais para o Brasil. Lembrando o Centenário da Imigração Japonesa para o Brasil foi montada uma Exposição na Estação Cultura, na Rua Rio de Janeiro, denominada “Filhos do Sol Nascente”, que vai até o dia 22 de agosto de 2008. À Colônia nipônica nossas congratulações pelos 100 anos no Brasil e agradecimento pelo trabalho desenvolvido em nossa comunidade.
Pesquisa em várias fontes e fotos do Arquivo do Museu Padre Albino
De Nelson Bassanetti, "Linhas da nossa história"- Portal Notícias da manhã
Por Mariângela Cândido
Nenhum comentário:
Postar um comentário