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sábado, 4 de junho de 2011

Apenas um pôster na parede.





James Dean





Os ídolos antigamente representavam o ideário
de uma geração. Hoje, são diversão pura e simples



Cecília Negrão



Elvis Presley
Seu rebolado virou ícone da geração que iniciou a liberação sexual


A expressão "o ídolo de toda uma geração" não faz mais sentido nos dias de hoje. No passado, as gerações se definiam pelos ícones que as representavam. James Dean era o inspirador da "juventude transviada" dos anos 50. Os Beatles e os Rolling Stones, da turma do "sexo, drogas e rock'n'roll". Madonna, com suas canções e sua atitude, liderava a juventude "com licença, eu vou à luta", da década de 80.

E a geração atual? Pode-se dizer que ela não cola um pôster na parede. Cola vários. O teen de hoje gosta num dia do grupo americano Hanson, em outro dos Backstreet Boys, no terceiro cobre todos eles com um retrato das inglesas Spice Girls. É infiel por natureza. Isso pode chocar os mais velhos, que se acostumaram a passar a adolescência orando para um único roqueiro no altar do quarto.

"Eu era fã de Roberto Carlos e amava os Beatles com a certeza de que seria para sempre", diz a bancária paulista Neise Soares, de 47 anos. "Minha filha não pode dizer o mesmo em relação a ninguém." A filha de Neise é a estudante Flávia Gianesella, de 16 anos. Ela coleciona pôsteres com duas amigas, Nádia Yashimoto, de 17 anos, e Nataly Moura, de 16. As três já idolatraram as Spice Girls, o ator americano Leonardo DiCaprio, os Backstreet Boys e até os Guns N'Roses, do já barrigudo Axl. Elas juntam tudo. Além de pôsteres, camisetas, revistas, livros, figurinhas e até pirulitos. Quando a onda passa, guardam tudo na gaveta e começam outra coleção. Perguntada sobre quem é seu ídolo real, Flávia responde: "Gosto de reggae, black music, Whitney Houston, Rodrigo Santoro, Sandy & Junior..."

 
Beatles e Rolling Stones
Símbolos da juventude engajada dos anos 60. Os Beatles eram cabeludos, irônicos e provocativos. Os Stones, mais cabeludos, mais irônicos e mais provocativos
Dizer que se trata de uma geração volúvel não passa de simplificação. O que ocorreu, na verdade, é que mudou a relação do adolescente com seu ídolo. Eleger modelos é próprio da idade. Como diz o psiquiatra paulista Jairo Bouer, a idolatria juvenil é despertada já entre os 13 e os 15 anos, com "a descarga de hormônio no sistema nervoso central". A diferença é que, no passado, os ídolos serviam para definir turmas e posavam de guardiães de determinados valores. Quem era fã dos Beatles, que representavam a rebeldia, não podia ser fã dos Rolling Stones, que representavam uma rebeldia ainda maior. No Brasil, quem curtia a jovem guarda não freqüentava shows dos tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, e vice-versa. Hoje, a identificação com turmas é muito menor que há dez ou vinte anos. Também saiu de moda o artista que representava um estilo de vida, como James Dean nos anos 50. Hoje, de seus ídolos, os adolescentes querem apenas a diversão. Colecionar figurinhas. Guardar pôsteres. Comprar roupas parecidas. Urrar de paixão nos shows. E depois ir para casa dormir, pensando que amanhã será outro dia. Talvez com um ídolo novo.

http://veja.abril.com.br/idade/exclusivo/jovens/p_058.html





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