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quarta-feira, 29 de junho de 2011

"Achados e Perdidos"- Prof Thiago Baccanelli

É comum vemos em alguns dias nas páginas de jornal anúncios de perdas de alguns objetos, animais ou documentos. Encontra-se, também, raras vezes, anúncios de pessoas que encontraram certos objetos que querem devolver, na maioria das vezes, pensando em alguma gratificação.
O motivo das perdas pode ser o mais variado: correria, descuido, pressa, ou simplesmente ter deixado cair sem perceber.
Já o fato de encontrarmos um objeto pode ser considerado um fato de pura sorte, onde muitas vezes aquele que achou nem devolve o objeto, principalmente quando se trata de algo de grande valor.
Esses anúncios não existem apenas atualmente, vindo já de épocas passadas essas publicações em nossos jornais locais. E o mais interessante, é percebermos que nessas publicações antigas, vários eram os objetos anunciados, muitos com muito pouco valor. Pés de sapatos, calças, tampas de canetas: muitos desses objetos eram colocados em busca nos jornais da época.




O professor Sérgio Luiz de Paiva Bolinelli catalogou os anúncios de “achados e perdidos” contidos no Jornal “A Cidade”, no qual faço a citação de alguns:
 - “Perdeu-se no trajeto da estrada de automóveis desta cidade à Eliziário uma bolsa de senhora contendo vários objetos”(...) (28/05/1931).
 - “Acha-se nesta redação uma cortina de automóvel que nos foi entregue pelo menino Dirceu... tendo-a encontrado na rua Brasil em frente a Casa Cayres”(...) (07/05/12933).
 - “Perdeu-se uma aliança de ouro com as iniciais W.A.P., 1921” (...) (29/06/1933).
 - “Perdeu-se uma caderneta de conta corrente do Empório Cubatão de propriedade do sr. Liberato de Vito” (...)” (16/07/1933).
 - “Tendo desaparecido da casa do Sr. Mário Penna um pássaro preto, pede-se que a quem encontrá-lo fazer a entrega do mesmo que será bem gratificado”. (17/05/1934).
 - “Perdeu-se uma gola de vestido (...)” (28/10/1937).
 - “Acha-se na Delegacia de Polícia local à disposição do seu dono, uma sombrinha que foi achada no Dia de Finados”. (04/011/1937).
 - “Perdeu-se no terceiro dia de carnaval, no Clube 7, um casaco preto de senhora”. (03/03/1938).
 - “Foram entregues a esta redação 11 pulseirinhas de prata com uma chapa que está gravada o nome Therezinha”. (27/06/1938).
 - “Perdeu-se um molho de chaves do portão da quadra do Cruzeiro”. (21/10/1938).
 - “Perdeu-se um par de óculos, no trecho que vai da Cadeia, pela rua Treze de Maio até a rua Sergipe. Tratando-se de óculos graduados e tendo sido perdida a receita, pede-se a quem achou”. (02/06/1939). (Nessa época a cadeia ficava na esquina de Treze de Maio e Alagoas).
 - “Foram achados num banco de jardim um exemplar do “O Século” e uma planta da cidade”. (10/08/1939).
 - “Foi entregue a esta redação um cesta contendo caixas de injeções e vidros de remédios. O dono pode vir procurá-la”. (14/12/1939).
 - “Perdeu-se uma caneta tinteiro de ouro com as iniciais JLS”. (22/04/1940).
 - “Perdeu-se um sapatinho de criança, entre as ruas Minas Gerais e Brasil”. (24/01/1942).
 - “Foi encontrado nos altos da cidade, uma potranca, ignorando-se a quem pertence. O dono deve procurá-la à rua Recife, 33”. (15/03/1942).
 - “Perdeu-se a tampa de uma caneta ‘Parker’, peça que só é de utilidade ao próprio aparelho”. (11/06/1942).
 - “Perdeu-se um pezinho de coelho com duas chaves”. (14/11/1942).
 - “Perdeu-se um cabo flexível, na rua Maranhão. Pede-se a quem o achou o obséquio de o entregar na Marmoraria(...)” (29/07/1944).
 - “O cobrador do Clube de Tênis solicita à pessoa que tomou emprestada a sua caneta, quando das eleições realizadas naquela agremiação, segunda-feira última, o favor de entregá-la na secretaria do Clube”. (12/01/1952).
 - “Perdeu-se domingo, dia 29, entre as 09 e 10 horas da manhã, uma saia de cetim preta com estampado de branco na rua Ceará”. (31/08/1937).
 - “Foi entregue a esta redação um pé de sapato de criança achado numa das ruas da cidade”. (05/01/1951).
 - “Perdeu-se um capuz verde xadrez, duas faces, entre as ruas Maranhão e Cuiabá”. (02/09/1955).
 - “Perdeu um leque bordado, provavelmente nas imediações da Praça 09 de Julho e rua Recife. Por tratar de objeto de estimação pede-se a quem o achou, a fineza de o entregar à rua Recife, 237. Gratifica-se bem”. (18/10/1956).
 - “Perdeu-se, possivelmente na Rua Brasil ou nas imediações da Estação da EFA, uma saia azul marinho, pregueada”. (13/06/1960).
 - “Calça perdida – No trajeto que vai da Rua Baía ao Parque Iracema, pelas ruas Pará e Minas, perdeu-se uma calça masculina, de cor bege”. (08/07/1960).
 - Perdeu-se uma antena de rádio portátil, da Praça 09 de Julho até a Praça da República. Pede-se entregar no Bar do Povo. Gratifica-se”. (27/09/1960).
 - “No trajeto da rua Ceará para a cidade, esqueceu-se em um ônibus um guarda-chuva para homem, forro de seda, cabo volteado, coberto de couro cinzento”. (21/10/1948).
 - “Perdeu-se, na noite de quinta-feira última, no Cine República, uma carteira de senhora, que continha algum dinheiro e uma fotografia. A pessoa que a perdeu não faz questão do dinheiro perdido, mas desejaria receber, pelo menos, a fotografia”. (12/05/1951).
 - “Há dias foi perdida a quantia acima mencionada de Cr$ 1.300,00, nesta cidade ou em Caputira (no dia de São João, provavelmente), em pequeno pacote caído do bolso, sendo uma cédula de 500, três de 200, uma de 100, uma de 50 e o restante de 20 e 10 cruzeiros, todas novas e as de 100 para baixo com o carimbo de cruzeiro. Roga-se a quem achou ou sabe de quem tenha achado o obséquio de entregar ou informar a Monsenhor Albino. Gratifica-se generosamente”. (15/07/1943).

http://baccanellihistoria.blogs



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