Lendo o post, "Dona Xica não pode", de meu amigo e colaborador Maurício Ribeiro Júnior, em seu Blog Mau's pensamentos, me ocorreu fazer este post sobre a figura mitológica de D Xica e o filme onde Zezé Motta interpreta brilhantemente o papel de D Xica.
O post de Maurício é muito interessante, pois ele faz uma relação entre o filme e a "repressão" na época da ditadura militar.
Vale a pena ler o post! Aqui está o link:
http://mauspensamentos.blogspot.com.br/2012/06/dona-xica-nao-pode.html
Manteve durante mais de quinze anos uma união consensual estável com o rico contratador dos diamantes João Fernandes de Oliveira tendo com ele treze filhos. O fato de uma escrava alforriada ter atingido posição de destaque na sociedade local durante o apogeu da exploração de diamantes deu origem a diversos mitos.
O Filme
Xica da Silva é um filme brasileiro, dirigido por Carlos Diegues em 1976, com Zezé Motta e Walmor Chagas nos papéis principais.
Conta a história (romanceada) da escrava Chica da Silva.
Quando falamos em escravidão, quase sempre nos vem à mente a figura de Chica da Silva, escrava que, libertada por seu senhor, com ele se casou e virou uma grande senhora da sociedade de Diamantina no século XVIII. De tão famosa, ela foi tema de filme, novela e até enredo da escola de samba carioca Salgueiro, que em um trecho dizia assim:
“E a mulata que era escrava / sentiu forte transformação, / trocando o gemido da senzala / pela fidalguia do salão.
Com a influência e o poder do seu amor, / que superou / a barreira da cor,
Francisca da Silva / do cativeiro zombou ô-ô-ô-ô-ô / ô-ô-ô-ô-ô-ô-ô’.” (samba-enredo de 1963, composto por Noel Rosa de Oliveira e Anescar Rodrigues).
Mas como Chica da Silva foi transformada em um personagem histórico tão importante? Afinal, nenhuma mulher que tenha vivido no século XVIII no Brasil foi tão famosa quanto ela.
No começo, sua vida nada tinha de diferente da de tantos outros escravos das minas. Nascida na senzala de uma pequena casa, no arraial do Milho Verde, perto de Diamantina (cujo nome na época era Tejuco), Chica era filha de Maria da Costa e de Antonio Caetano de Sá, sobre quem nada se sabe, a não ser que era um homem branco e capitão. Maria da Costa era africana, da Costa da Mina, de onde vinha a maior parte dos africanos trazidos para trabalhar nas Minas Gerais.
Maria da Costa chegou a Milho Verde por volta de 1720, trazida com outros escravos por Domingos da Costa, seu senhor. Domingos também era africano, também da Costa da Mina. Só que não era mais escravo. Tinha conseguido se libertar e, como todo mundo que tinha sido escravo e que depois conquistava sua liberdade, ele possuía seus próprios escravos. Maria da Costa não descansou até conseguir juntar dinheiro suficiente para comprar sua alforria, como se chamava a liberdade concedida ao escravo. Trabalhava até mais tarde, oferecia quitutes na rua, chegava até a vender comida para os escravos que trabalhavam nas minas, o que era proibido pelo governo local. Mas ela não media esforços. Um belo dia, contou e recontou suas economias, e viu que já conseguiria comprar sua liberdade. A situação era bastante esquisita: uma pessoa juntando dinheiro para comprar… a si própria! E foi o que ela fez.
Chica talvez tenha herdado a obstinação da mãe. Quando esta se alforriou, elas se mudaram para Diamantina, onde Chica passou a trabalhar na casa de Manuel Pires Sardinha, médico português. Depois foi vendida para João Fernandes, o homem mais poderoso da região, responsável pela extração de diamantes – e com quem ela viria a se casar.
Se a união de Chica da Silva com João Fernandes foi por amor, não dá para saber. Mas foi a sorte grande de sua vida: alforriada por ele, passou a assinar Dona Francisca da Silva de Oliveira quando nasceram os filhos do casal. E foi assim que, de escrava, Chica da Silva passou a liberta e a grande senhora: ela vivia do aluguel dos escravos que possuía. Foram mais de cem ao longo de sua vida.
Pesquisa contesta mito de Chica da Silva
Historiadora da Fafich diz que ex-escrava viveu segundo os rígidos padrões morais e sociais da época
Marco Antônio Corteleti
alegado apetite sexual, a promiscuidade e as crueldades que sempre pontuaram as histórias contadas sobre Chica da Silva, a ex-escrava que freqüentou a fechada elite mineira do século XVIII, podem não passar de mitos. É o que sugere a professora Júnia Furtado, do departamento de História da Fafich, autora de estudo que mostra que a ex-escrava não era a mulher devassa retratada no filme Xica da Silva, de Cacá Diegues, lançado na década de 70, ou na novela homônima da Rede Manchete, exibida no ano passado.
"Através dos documentos pesquisados e do comportamento de toda a sua vida foi possível montar um colcha de retalhos que contradiz completamente a personalidade da Chica conhecida por todos nós", relata Júnia. Segundo a professora, a própria estabilidade do casamento com um nobre branco, o fato de Chica freqüentar a elite e todas as irmandades brancas do Tijuco e de ter sido enterrada no cemitério da Igreja de São Francisco de Assis (destinado aos brancos ricos) são provas suficientes de que ela era uma mulher que se portava de acordo com os padrões morais e sociais da época. "Caso contrário, seria impossível que Chica tivesse esses privilégios", reforça a pesquisadora.
Cenas do filme Com Zezé Motta
Salgueiro 1963 -Xica da Silva
Jorge Ben- Xica da Silva ( música tema do filme)
https://www.ufmg.br/boletim/bol1207/pag4.html
http://chc.cienciahoje.uol.com.br/de-escrava-a-senhora/
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