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sábado, 9 de março de 2013

Lembram do "Sujismundo"no combate á sujeira?




Você conhece o Sujismundo, este personagem simpático aí em cima?

Se você respondeu não, das duas uma: ou tem menos de 30 anos ou não estava no Brasil na década de 70. Trata-se de um dos personagens mais conhecidos da propaganda brasileira.

Estrela de uma campanha nacional de combate a sujeira e a falta de higiêne, sua imagem esteve presente em desenhos animados, outdoors, adesivos, camisetas, cartazes, etc. Apesar da vida curta, ficou tão famoso que seu nome virou alcunha para indivíduos sujões. Sua forma gráfica, bem como a de outros personagens tão famosos quanto, saiu das mãos de Ruy Perotti, sócio diretor da Signos Comunicações. Um dos profissionais mais solicitados na área da animação, Perotti atuava como diretor de animação na Lynxfilm, onde comandava uma equipe de mais de 50 animadores e assistentes, produzindo uma média de 30 filmes por mês. Participava ativamente na criação de personagens e campanhas para o mercado publicitário e editorial. São de sua criação, por exemplo, os personagens e os filmes das campanhas da Varig desta mesma época, como o Seu Cabral ("Seu Cabral vinha navegando, quando alguém logo foi gritando - Terra à vista!"), Dom Quixote e o Urashima Taro.

Propaganda que marcou época.
O desorganizado e anti-higiênico Sujismundo foi um dos personagens mais populares da propaganda brasileira. O desenho animado, popularizado em 1972, apresentava um boneco que, apesar dos graves defeitos de conduta, contraditoriamente, caiu na simpatia da população.

Eram tempos de chumbo, o país crescia, mas não dividia renda, situação que o ministro da Fazenda, Delfin Neto, à época, justificava com o jargão “primeiro deixar o bolo crescer, para depois dividir”.

A ditadura, embora empolgada com o milagre econômico, se preocupava com a repercussão dos excessos na repressão aos oposicionistas, como contraponto, abusava da estratégia das campanhas ufanistas e voltadas para a esperança de um país desenvolvido, em contraposição a uma imagem de governo desgastada e povo com alto índice de analfabetismo e subdesenvolvimento. Neste período, surgiram campanhas nacionalistas como: “Brasil, Ame-o ou Deixe-o”, “Este é um país que vai prá frente” e “Ninguém segura este país”.

Neste cenário, uma tese plausível é que o governo do general Emílio Garrastazu Médici, não obstante a “sujeira nos seus porões”, lançou a campanha com foco na “limpeza”, na prevenção da saúde e higiene, o que se buscava, na realidade, era a imagem de um país desenvolvido e povo unido. A campanha do Sujismundo, provavelmente, fazia parte desta estratégia, evidenciada no bordão: “"Povo desenvolvido é povo limpo".

Recorde, clicando  nas telinhas abaixo, as propagandas da campanha do Sujismundo...









Uso político ou não, o certo é que Sujismundo foi um estrondoso sucesso e parece, ainda, bastante atual.

http://www.drzem.com.br/2009/07/sujismundo-povo-desenvolvido-e-povo.html
http://www.mofolandia.com.br/mofolandia_nova/sujismundo.htm




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