Somos de uma geração que curtiu muito os gibis; aprendemos a ler com os gibis, e era com ansiedade que íamos às bancas de revista comprar as novidades do mês. E a troca de gibis entre os amiguinhos era estimulante. Depois, se aprimorava o gosto com vários livros. Mas, estávamos criando o hábito da leitura. A criança precisa de ajuda e de estímulo para essa iniciação. E isso também na adolescência.
Lembro que na adolescência, tanto eu como meus colegas de aula, perdemos um pouco desse hábito devido os livros que a escola oferecia como padrão: não queríamos os clássicos brasileiros; não queríamos ler por obrigação para fazermos uma resenha. Queríamos a liberdade de escolha, que nos foi negado. Acredito que isso desestimulou um pouco a nós todos. Há que se respeitar o gosto de cada um, e, à escola, cabe analisar as preferências de seus alunos. O mesmo livro para todos os alunos? Foi um desastre; uns perguntavam aos outros a história - e a resenha estava feita! Ninguém aceitava uma leitura imposta.
Foi nesta época que houve um desinteresse da parte de muitos alunos; não tínhamos opção, não tínhamos tempo de ler outras coisas, uma vez que a leitura dos clássicos brasileiros, obrigatórios, tinha prazo para a entrega do trabalho. Para tudo existe uma idade certa, era só ter esperado o amadurecimento dos alunos.
Desta forma, muitos deixaram de apreciar devidamente as pérolas de nossa literatura como os romances e contos de Machado de Assis. Afinal este brasileiro é considerado por críticos literários do mundo inteiro , como um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz4pNkSM9frfZ8jROGz3h6VGIezWMWCxsWtNGEQk_K3rKv29I7sguFEKXunAFoFDUiq33Kv5PdT5je8zt5HKo6OwxhdTW7_WehRItHXC58jXxLm1_o8ZY714cjUUmasMLDf_HgwIlYPUM/s200/211-zoom_20120131160831.jpg)
Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade. Os biógrafos notam que, interessado pela boémia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpsGv1HOTlyKq5RtfqYa2eTvQGAJI6FoC-SDBMHiK_YquLplR5Br43lP7-8uKL-xgkwtTUGJQXNbqCxZ2hKZjlB5cbrj242-AQUiUepqghTb5Mnmr08p_Gz2LPZzeMf6IxlsOp4i_PRPU/s200/Dom-Casmurro-Machado.de.Assis.www.livrosgratis.net+(1).jpg)
Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Influenciou grandes nomes das
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7pK1FGkJH72-16q6okDGPQSICC0r2328Wzl5-K0tS90umqIIwnWuTXciBzMQ5SaMCnoAlb38uftwzuN-933TDfbSEs__aDJVnXGED_GZ_HEUW8A9GBqtd-17CpZ0KxF__8nmbtNQnCtg/s200/1C3887_1.jpg)
Romances
Ressurreição, (1872)
A mão e a luva, (1874)
Helena, (1876)
Iaiá Garcia, (1878)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881)
Casa Velha, (1885)
Quincas Borba, (1891)
Dom Casmurro, (1899)
Esaú e Jacó, (1904)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhN22kIm2lIDst7n2BMfOGW1Wp3qcEY3TD7DMHF47JxQoOFBb41wPuL4ze5R1l2gGvqUTQzPr5HBfuLxs6S8dwCVczKi-eKh-o9G50UySh3tbNX0FGkvoOOMeB0k6SQQEBLsD9vhbFzYxQ/s200/Machado_ItensPessoais.jpg)
Itens pessoais de Machado. O livro é Memorial de Ayres (1908), que traz uma dedicatória assinada pelo próprio autor.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Machado_de_Assis
Machado & Carolina
Carolina, mulher com quem foi casado por mais de três décadas.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8JUBkRJLnOS2JqhwhwzJASdj7rA-b4ULk-u0699_dHC3J9CAcuBMVTkj1GeF1SFL2EfNsn_DxySc18zdY4dA5PcfojoCIyd3N4d1uBhyphenhyphenmwnOvpPo0wnFp_5YzMXyG3ev5hWWVPoYxYnY/s320/Carolina-Augusta-Xavier-Novaes.jpg)
Em 1904 morre Carolina Novais, e a vida perde o sentido para o mestre Machado que, desde sua infância mais tenra, só conheceu a dor e o sofrimento causado pela morte de seus entes mais queridos. À carolina, dedicou um belíssimo poema:
A Carolina
Querida, ao pé do leito derradeiro
Em que descansas dessa longa vida,
Aqui venho e virei, pobre querida,
Trazer-te o coração do companheiro.
Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro
Que, a despeito de toda humana lida,
Fez a nossa existência apetecida
E num recanto pôs um mundo inteiro.
Trago-te flores, - restos arrancados
Da terra que nos viu passar unidos
E ora mortos nos deixa separados.
Que eu, se tenho nos olhos malferidos
Pensamentos de vida formulados,
São pensamentos idos e vividos.
Machado de Assis morrera quatro anos depois, em 29 de setembro de 1908, sendo sepultado ao lado de Carolina, cumprindo o que a ela havia prometido quatro anos antes. Apesar de todo seu histórico de perdas e sofrimentos e de todo seu pessimismo, pouco antes de morrer suas últimas palavras foram:
"a vida é boa".
Wikpédia , a enciclpédia livre
http://taisluso.blogspot.com.br/2011/09/o-habito-de-ler.html
Vídeo da biografia de Machado de Assis
Nenhum comentário:
Postar um comentário